Hoje, no dia 29/08/2018 é realizado o dia D da Diálise da Campanha de Valorização “Vidas Importam: a diálise não pode parar”. A campanha de iniciativa da Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT), tem como objetivo chamar a atenção para a crise do setor de Hemodiálise no país. Estima- se que há cerca de 122 mil pacientes renais crônicos, que dependem do tratamento com terapia renal substitutiva para filtrar artificialmente o sangue. Entretanto, uma crise que se arrasta há anos pode provocar um colapso no atendimento. Segundo o presidente da associação, Marcos Vieira, os pacientes renais crônicos dependem única e exclusivamente das sessões de diálise para sobreviverem.

Dentre os principais problemas estão a falta de financiamento adequado para a diálise, a defasagem de 30% no custo da sessão de hemodiálise e o atraso no repasse do pagamento da Terapia Renal Substitutiva (TRS) pelas Secretarias de Saúde estaduais e municipais aos prestadores de serviço ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo Vieira, nos últimos anos, houve aumento de 71% no número de pacientes dependentes de diálise, enquanto a quantidade de clínicas cresceu apenas 15%.

Diálise Peritonial

A ABCDT alerta que a situação para os pacientes de diálise peritoneal é ainda mais grave. Gilson Nascimento da Silva, Diretor Geral da Aliança Brasileira de Apoio à Saúde Renal (Abrasrenal), entidade carioca com mais de três mil associados, afirma que o tratamento é mal remunerado e a situação das clínicas que oferecem os produtos e medicamentos é crítica: “São quase três anos sem aumento em um contexto em que os insumos são dolarizados e o frete cresce a cada dia. Precisamos mostrar que a diálise peritoneal deve ser a primeira escolha para os renais crônicos”, explica.

Para Gilson, se o Estado investisse na remuneração das clínicas de diálise, economizaria recursos com a desinternação de pacientes. “Temos atualmente só no Rio de Janeiro mais de 300 pacientes internados ocupando vagas em hospitais, enquanto aguardam a realização da primeira diálise. O tempo médio de espera chega a ser superior a dois meses”, lamenta.

Fonte: Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT)